A praia que vai da nossa casa, na Marina, até a colônia de pescadores proporciona uma caminhada de aproximadamente quinze quilômetros, ida e volta. Nos períodos em que a maré se encontra baixa - informação obtida através da tabela fornecida pelo Climatempo -, pode-se também correr ou simplesmente passear pela areia úmida. Quando os amigos vêm nos visitar, o passeio é sempre a escolha ideal, o que permite conversar, admirar o céu azul e o mar, normalmente pontuado por barcos e velas de windsurf. Enfim, em exercício light, realizado apenas em um trecho do percurso, após algumas estripulias gastronômicas normais nesses encontros.
No cotidiano, a conversa é diferente. Carlos e eu fazemos, sempre que a maré permite, caminhadas puxadas por toda a extensão da praia. O que pode parecer um excesso ou um esforço absurdo, torna-se suave e despercebido não só pela bela paisagem e pela brisa que sopra constantemente - está certo, às vezes é uma ventania -, mas também pelos encontros inesperados que temos. Cruzamos, freqüentemente, com a mais variada fauna, composta por gente como a gente, personalidades ilustres e outras, nem tanto, apenas seres componentes da sociedade do espetáculo, e, também, com animais em extinção.