quarta-feira, 20 de outubro de 2010

DE IPANEMA A BÚZIOS

Acordei de madrugada com o silêncio me incomodando. Era a primeira noite em Búzios, na minha nova casa. Na minha nova vida.
Tenho muitos amigos, urbanos como eu, que vivem loucos para ir, nas férias, nos finais de semana, para praias desertas, sítios no meio do mato e, na volta, reclamam do sol, dos mosquitos, que não tinha nada para fazer no lugar. Eu também sou assim, gosto dos centros urbanos e sou condicionada às facilidades e desafios contemporâneos que eles oferecem, e mais, sou uma ipanemense ferrenha, daquelas que, se puder, fica meses sem sair do bairro, faz tudo a pé, do mercado ao cinema, adora o movimento da rua Visconde de Pirajá e que, ao ler uma crônica escrita pelo jornalista Zuenir Ventura, onde ele dizia que Ipanema era a sua aldeia, sentiu-se identificada, emocionada e invejosa por não ter escrito isso primeiro. Onde diabos, então, eu estava com a cabeça quando resolvi vir morar em Búzios?